Delmar Hinnah - É Administrador, Especialista em Gestão Política, ex-Prefeito de Panambi por duas legislaturas
Um fato interessante é a constatação de que a iniciativa privada, em Panambi, normalmente conseguiu acompanhar a evolução tecnológica que acontecia no mundo. Às vezes até estava na liderança da fabricação de máquinas, peças e equipamentos, participando e vencendo concorrências internacionais, com tecnologia de última geração. Exemplo disso é que de cada 10 (dez) grãos produzidos no Brasil, 6 passam por máquinas e equipamentos produzidos em Panambi.
Se o setor privado de Panambi é conhecido e reconhecido a nível nacional, e até internacional, pela qualidade de seus produtos e serviços, com o setor público nem sempre aconteceu o mesmo.
O setor público de Panambi, salvo alguns bons exemplos, normalmente vinha atrás da pujança de nosso extraordinário parque fabril. Apenas conseguia fazer o que era mais urgente. As limitações sempre foram grandes.
A receita ficava aquém do necessário e, em consequência, a capacidade para novos investimentos era muito pequena. Todo o custeio da máquina pública, ao longo da história, consumia normalmente em torno de 90% da arrecadação. Às vezes chegou perto dos 98%.
Assim sendo, havia poucos recursos para novos investimentos: comprar máquinas, caminhões, equipamentos, construir escolas, postos de saúde, fazer asfalto, fazer calçamento etc. Por isso, se fazia apenas o mínimo e sempre o que era mais urgente. Poucas vezes o município conseguiu fazer o que era mais importante e essencial para incrementar o desenvolvimento. Até para manter o que já havia às vezes era difícil.
Um exemplo característico desta situação é a ponte entre a Linha Fiúza e Barra do Barbosa, Condor. Esta ponte de madeira, em cerca de 50 anos, caiu 5 vezes, levada pelas fortes enchentes. No início da Administração 2017/2020 caiu pela última vez.
(…A foto mostra como estava a ponte de madeira depois que as águas baixaram…)
No entanto, o primeiro governo do Prefeito Daniel, não se conformando com a ideia de reconstruir mais uma ponte de madeira, iniciou um trabalho pela Defesa Civil, órgão do município de Panambi, para buscar recursos junto ao governo federal, com o objetivo de construir uma ponte de concreto.
(nova ponte de concreto, uma foto feita de Condor a Panambi e a outra de Panambi para Condor)
(a foto mostra a última grande enchente, quando a nova ponte de concreto ficou totalmente submersa, mas resistiu muito bem à forte pressão das águas).
Com a filosofia de governo de, sempre que possível, resolver de forma definitiva os problemas que se apresentam, a decisão de construir uma ponte de concreto na Linha Fiuza, após 5 quedas de pontes de madeira em cerca de 50 anos, mostrou-se totalmente acertada. Pois, o valor total do custo da obra, pouco acima de R$400.000,00, foi todo obtido junto ao governo federal, como consequência de grande articulação política e decisivo apoio do então Deputado Darcisio Perondi.
É importante ponderar que uma ponte de madeira teria custo bem menor, porém, com a liberação dos recursos pelo governo federal, o custo para os municípios de Panambi e Condor foi zero e a obra é definitiva e comprovadamente duradoura.
Um governo só produz bons resultados se tem uma visão de largo alcance. E, obviamente, se tem uma Gestão Eficaz dos recursos financeiros, dos recursos humanos, dos recursos materiais e, se faz uma boa administração do tempo, para cumprir os prazos estabelecidos.
Uma boa articulação política, boas parcerias com a iniciativa privada e grande aproximação com a comunidade faz toda a diferença.
Mas, como diz o ditado popular, água mole em pedra dura tanto bate até que fura…
Certamente teria que haver uma saída, uma alternativa, para fazer também o que é mais importante e necessário, não apenas em situações emergenciais, como enchentes, vendavais, chuva de pedra/granizo, ou outras catástrofes…