Com as campanhas para os governos estadual e federal, além dos Parlamentos, a todo vapor, os eleitores são apresentados a uma variedade de candidatos para escolher até o dia 2 de outubro. Só a deputado federal, por exemplo, há mais de 540 concorrentes, e a estadual, ultrapassam 820. Já a governador, são 10, e a presidente da República, 11. Portanto, é comum certa indecisão sobre em qual político votar. Mas para auxiliar os indecisos e ajudar a conhecer melhor os candidatos das eleições de 2022, portais de notícias e de fiscalização e sites oficiais disponibilizam um conjunto de informações.
O portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concentra os dados mais completos sobre candidaturas, com detalhamentos sobre proposta de governo (em caso dos postulantes a presidente e a governador), receitas, despesas, teto de gastos para a campanha, bens declarados e os pleitos que já disputaram, além do partido, coligação e número na urna. Ao acessar a aba “Sistema de Divulgação de Candidaturas e de Prestação de Contas Eleitorais (DivulgaCandContas)”, o eleitor pode filtrar pelo Brasil ou pelas regiões para escolher o Estado. Com o Estado definido, a lista de candidatos aos cargos traz esse conjunto de dados e que pode ser consultado detalhadamente por todo cidadão.
Também no TSE, o eleitor pode acessar outras informações como a pesquisa de doadores e fornecedores das campanhas, limites de gastos, financiamento coletivo, comparativos entre candidatos e estatísticas em geral. Ainda o mesmo portal do Tribunal Superior Eleitoral oferece ao eleitor uma pesquisa mais profunda sobre as eleições. O Portal dos Dados Aberto do TSE disponibiliza 16 conjuntos de dados com informações sobre as características do eleitorado brasileiro desde 1994. Esses dados podem ser encontrados também na página do Sistema de Estatísticas Eleitorais do tribunal.
Encarregado pela fiscalização dos órgãos públicos, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) também disponibiliza informações sobre candidatos. Em seu portal, o TCE disponibiliza uma lista com mais de 300 ex-gestores para as eleições deste ano e que tiveram as contas rejeitadas, o que pode ser causa de inelegibilidade pela Justiça Eleitoral. Já o twitter do Tribunal de Contas da União (TCU) disponibiliza um canal para pesquisar pelo nome dos candidatos e verificar se eles já tiveram contas reprovadas, em caso dele já ter sido gestor.
Outras opções
O aplicativo “Meu Deputado” é outra ferramenta que o cidadão pode recorrer para obter informações e, como o próprio nome já indica, é voltado para apresentar os deputados federais. Por meio do aplicativo, é possível consultar a lista de parlamentares de cada Estado brasileiro e o trabalho de cada um: quantas sessões compareceram, posições em votações na Câmara e o quanto gastaram. O usuário ainda pode selecionar mais de um candidato e compará-los mês a mês.
Outra forma de se informar é pelo “Ranking dos Políticos”. O site é uma organização sem fins lucrativos e, por meio da atuação de deputados federais e senadores atribui uma pontuação. Conforme indica o site, as pontuações são dadas “de acordo com os critérios: combate aos privilégios, desperdício e corrupção no poder público”.
Há uma lista que classifica estes políticos, bem como uma seção em que as votações ganham destaque. Diferente do “Meu Deputado”, no “Ranking dos Políticos”, cada item em pauta traz todos os deputados ou senadores que votaram e os que não votaram.
Acesso à informação
Com tantos meios e ferramentas de ter acesso às informações sobre os candidatos, o advogado e ex-servidor da Justiça Eleitoral Rafael Morgental alerta para a importância do voto consciente e responsável, sem se deixar levar apenas pelas declarações e, sim, pelas realizações.
– Narrativas políticas comportam muitas áreas. A campanha eleitoral é o mundo das promessas que não se convertem em realidade. Claro que o que o candidato diz também é importante, mas penso que as realizações falam mais. Com a internet, podemos coletar o passado, o que não é tão simples porque existe uma avalanche de informações _ afirma.
Neste sentido, Morgental aponta as redes sociais como um dos meios válidos para buscar mais informações de cada candidato. Em contraponto, ele coloca a campanha eleitoral gratuita em último critério de voto:
– São cinco votos. É um trabalho cansativo, porém necessário. A maior parte das pessoas já tem o voto definido, sobretudo, para presidente, mas para o Parlamento costuma estar mais aberto, então vale a pena procurar por deputados e senadores.
A respeito do Ranking dos Políticos, Morgental considera ser uma excelente ferramenta, no entanto ele concentra apenas quem já ocupa uma cadeira no Senado Federal ou na Câmara dos Deputados. Desta forma, quem é postulante à vaga não tem pontuação revelada para consulta.
Transparência
Morgental acredita que houve avanços na transparência dos dados que estão disponíveis no TSE, entretanto, mesmo assim podem ocorrer omissões. Por isso, são exigidas as certidões negativas em níveis federais e estaduais, além da prestação de contas.
– Comparado a uma ou duas décadas atrás, estamos anos luz à frente, o que não impede que novas melhorias sejam feitas. Os sistemas do Poder Judiciário deveriam ter acesso a metadados, tal qual faz o Google, contudo com sigilo e cautela na divulgação devido à privacidade. As pesquisas poderiam melhorar, elas seguem limitadas, o que acaba por prejudicar a democracia. Eu vejo avanços, mas não estou satisfeito _ avalia o advogado.