Para ajudar os eleitores a conhecerem a posição dos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul sobre alguns dos temas mais relevantes desta eleição, os postulantes ao Palácio Piratini foram convidados a responder, de forma sucinta, a respeito de temas que impactam diretamente no cotidiano dos gaúchos.
Foram chamados a participar os oito concorrentes cujos partidos têm representação no Congresso Nacional, mesma regra adotada para a participação nos debates eleitorais.
Os candidatos respondem sobre o plano de concessão de rodovias no Rio Grande do Sul elaborado no atual governo. Na proposta do Palácio Piratini serão concedidos à iniciativa privada 1.131 quilômetros de vias por 30 anos, com obras de duplicação e melhorias, em troca da cobrança de pedágio.
O pacote foi dividido em três blocos. O bloco 3, com rodovias da Serra e Vale do Caí, foi a leilão em abril e o resultado gerou reação pelo alto valor dos pedágios. Já o bloco 1, formado por estradas da região metropolitana de Porto Alegre, Litoral Norte e região das Hortênsias, voltou para a fase de estudos e deve ficar para 2023.
O leilão do bloco 2, que estava previsto para 1º de setembro, foi desmarcado pelo governo do Estado. O Piratini afirma que o adiamento ocorreu a pedido de empresas e que nova data será agendada.
A pergunta feita aos oito candidatos foi a seguinte:
Leia a resposta de cada um, em ordem alfabética:
“Sim. O que está contratado temos que manter. Muitas vezes, rever o contrato ou reformular o contrato vai custar muito mais caro. Temos que manter o pedágio sim. Porém, temos que cobrar os investimentos contratados e excelentes serviços que essas empresas precisam prestar ao cidadão gaúcho.”
“Não. Não tenho preconceito contra pedágio, sou contra o negócio mal feito. Queremos estabelecer um diálogo com as regiões e, onde for necessário, que seja um pedágio justo e leve em conta o desenvolvimento de cada região. A concessão que o governo está implementando não é um bom negócio. Precisamos modificá-la”
“Sim. As concessões são necessárias para que o Estado possa ter a ampliação da sua malha rodoviária e a qualificação da malha rodoviárias existente. E, além disso, a manutenção adequada dela ao longo dos próximos anos.”
“Sim. Precisa da concessão, agora um sistema justo. O que tenho ouvido, no caso da RS-118, especificamente, no caso da RS-122, e no caso de Encantado em direção a Lajeado, por exemplo, tem críticas em relação ao sistema de concessão. Mantém o pacote, mas tem de revisar os processos.”
“Não. Concessões rodoviárias são um bom caminho desde que a tarifa seja barata e a gente proteja o usuário. Não pode botar pedágio na boca de cidades, principalmente, como foi proposto na Região Metropolitana, de cidades que têm carências e precisam de estímulos. Muda tudo, porque está mal feito.”
“Sim. Os contratos tem de ser respeitados, mas precisamos estudar aquilo que está projetado e não foi assinado ainda. Não concordamos com pedágios em zonas urbanas. Precisamos privatizar sim, mas com critérios. A gente mantém o pacote, principalmente aquilo que foi assinado e precisa ser honrado.”
“Sim. O governador que for eleito vai ter que prometer, para assumir, que vai cumprir e fazer cumprir a lei. Então, o que é contrato juridicamente perfeito eu terei de honrar. Sempre o contrato pode ser revisado, revisto, aí tem de ver qual o ônus disso.”
“Não. Esse pacote será revisto. Vamos discutir com as comunidades. Não sou contra as concessões, muito menos as parcerias público-privadas, mas com modicidade tarifária. E com um processo democrático, transparente, com a participação das comunidades nas tomadas das decisões.”
*Fonte: GaúchaZH, redação de Paulo Egídio e Gabriel Jacobsen
*Foto: MARCO FAVERO/Agência RBS