Soldado Rodrigo Weber Volz, 31 anos, foi ferido na cabeça por Edson Fernando Crippa, que matou ainda outras três pessoas, entre elas, outro policial militar
Um policial militar dedicado, admirado e comprometido com sua função. Assim é descrito o soldado Rodrigo Weber Volz, 31 anos, uma das vítimas do tiroteio ocorrido entre a noite da terça-feira (22) e a madrugada de quarta (23), em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.
A morte do PM foi confirmada na tarde desta quinta-feira (24). Ele estava internado no Hospital Municipal da cidade onde servia.
Volz será velado a partir das 10h, no Cemitério Sao Vicente, em Canoas. O sepultamento está marcado para as 17h. O soldado, que entrou para a corporação em 2016, deixa os pais e a esposa.
— O soldado Rodrigo era um exemplo de conduta e atuação para seus colegas. Era admirado por seus comandantes. Deixa uma lacuna entre os pares por ser um jovem com futuro promissor como servidor da nossa segurança pública — declarou o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli.
O chefe da BM destaca que Volz estava em uma das primeiras guarnições que chegaram no local do tiroteio, o que, de acordo com Feoli, demonstra a coragem e o desprendimento do policial militar no exercício de sua função.
O coronel voltou a lamentar a morte do soldado, qualificando a ataque como uma “ocorrência incomum”, jamais por ele vivenciada em 34 anos de serviço na corporação.
— A perícia recolheu 450 estojos de munição disparada pelo atirador no local do fato. Com ele, havia mais 600 munições. É um fato sem precedentes na história de segurança do Estado — analisou Feoli.
Por nota (leia abaixo), o comando do 3º Batalhão de Polícia Militar, onde Volz serviu por toda sua trajetória, emitiu reconhecimento e condolências.
“Tendo ingressado nos quadros da corporação bastante jovem, mostrou em todos os dias em que desempenhou suas funções extremo comprometimento, competência e responsabilidade. Caridoso, gentil e trabalhador, sempre cativou seus colegas de trabalho, pelos quais nutria especial apreço e estima, cultivando em seu âmago a camaradagem para com seus colegas”, apontou o texto.
Com a confirmação da morte de Volz, passa a ser quatro o número de vítimas de Edson Fernando Crippa, 45 anos, que foi encontrado sem vida pela polícia, dentro de casa, o que compõe cinco óbitos decorrentes da situação.
Além de Volz, também foram vítimas dos tiros de Edson o policial militar Éverton Kirsch Júnior, 31 anos, o pai do atirador, Eugênio Crippa, 74, e o irmão dele, Everton Crippa, 49.
O policial militar João Paulo Farias Oliveira, 26 anos, que foi baleado na cabeça, continua em estado grave no hospital de Novo Hamburgo. Conforme o comandante-geral da BM, médicos da corporação acompanham a evolução do quadro clínico, considerdado grave e estável.
Além dele, a mãe do atirador, Cleris Crippa, e a cunhada dele, Priscilla Martins, também estão em estado grave. Elas seguem na UTI do Hospital Centenário, de São Leopoldo.
A sargento Joseane Muller, da Brigada Militar, e o guarda municipal Volmir de Souza, estão em recuperação e sem previsão de alta, porém sem risco de morrer.
Outros três brigadianos feridos no ataque a tiros já receberam alta. São eles: Eduardo de Brida Geiger, Leonardo Valadão Alves e Felipe Costa Santos Rocha. Eles foram baleados de raspão no confronto.
Edson Fernando Crippa morava com os pais no bairro Ouro Branco. Na noite de terça (22), o irmão dele e a cunhada foram até a casa onde os três viviam. Vizinhos comentam que a próxima sexta-feira (25) é a data de aniversário da matriarca da família e que esse seria o motivo da reunião.
Após um desentendimento, o pai, Eugênio Crippa, chamou a Brigada Militar por volta de 22h. Ele e a mulher relataram ter sofrido maus-tratos do filho.
Ao ver os policiais na casa, por volta de 23h, Edson efetuou cerca de 300 disparos de pistola calibre 9mm e 380. Os tiros atingiram pelo menos nove pessoas, entre familiares, agentes da BM e da Guarda Municipal.
A troca de tiros com os agentes se estendeu durante a madrugada. Houve pelo menos dois momentos de confronto. Ele permaneceu dentro de casa por cerca de nove horas sob cerco da polícia.
Por volta de 8h30min de quarta-feira, os policiais militares entraram na casa e constataram a morte do atirador.Segundo a polícia, não há sinais de que ele tenha tirado a própria vida. Ainda não se sabe em que momento exatamente ocorreu a morte.
“O soldado Rodrigo é natural de Novo Hamburgo, nascido em 11/10/1993, filho de Ademar Luiz Volz e Eli Weber Volz. O Sd Rodrigo na verdade é Brigadiano desde seu nascimento. Nascido em família com raízes na instituição, espelhando-se em seus exemplos e realizando seus sonhos, ingressou na Brigada em 16/11/2016.
Teve como sua primeira e única unidade o 3º Batalhão de Polícia Militar, em Novo Hamburgo.
Tendo ingressado nos quadros da corporação bastante jovem, mostrou em todos os dias em que desempenhou suas funções extremo comprometimento, competência e responsabilidade. Caridoso, gentil e trabalhador, sempre cativou seus colegas de trabalho, pelos quais nutria especial apreço e estima, cultivando em seu âmago a camaradagem para com seus colegas.
Teve na Brigada Militar não somente seu local de labor, mas também o ponto de encontro do seu amor verdadeiro, Sd Aleissa, com a qual viu nascer o nobre sentimento, permeado por todas as peculiaridades, alegrias e sonhos de um jovem casal com muito mais em comum do que a maioria dos casais.
Jurou defender a sociedade, mesmo com o risco de sua própria vida. Fiel ao seu juramento, tombou em defesa de seus colegas de farda e da sociedade.
Policial, filho, e amado esposo. Com 31 anos de idade, deixa sua doce lembrança na memória dos seus entes queridos e dos seus irmãos de farda. Deixa enlutada sua família, sua amada esposa, e todos os cerca de dezoito mil colegas brigadianos, que hoje choram sua perda, e para sempre sentirão sua falta.
Cumprindo o mais elementar mandamento cristão, que é amar o próximo como a si mesmo, doou sua vida em defesa de seus irmãos. O maior e mais puro ato de amor que uma pessoa pode demonstrar ou praticar, que para sempre será lembrado por todos os seus.
Se o que fazemos em vida, ecoa na eternidade, o eco de sua bravura, Sd Rodrigo, eternamente ecoará em nossos corações.
Nos solidarizamos com a família e amigos neste momento de dor e sofrimento, desejando força para que possam superar este momento e seguir em frente, com a certeza de que sempre teremos o Sd RODRIGO vivo em nossos corações.”