Relatório final foi concluído na sexta-feira. Dezessete pessoas foram indiciadas pelo crime, registrado em junho deste ano. Um policial militar morreu naquela noite
A primeira fase do inquérito sobre o assalto ao Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, foi concluída na última sexta-feira (30) pela Polícia Federal (PF). A investigação, que recebeu o nome de Operação Elísios, aponta o envolvimento de 19 pessoas no maior assalto ocorrido no Estado, registrado em 19 de junho deste ano.
Em nota, a PF afirmou que indivíduos de uma facção de São Paulo chegaram ao Rio Grande do Sul dias antes do crime e a preparação para o assalto contou com apoio de outros criminosos do Estado. A facção seria o Primeiro Comando da Capital (PCC). Os envolvidos se dividiram entre as etapas de atuação, desde o planejamento até a execução, fuga e exfiltração (retirada de dinheiro de forma ilegal).
Para o crime, os envolvidos compraram e transportaram fuzis, pistolas, armas de guerra, munições, explosivos, jammers (bloqueadores de sinal), miguelitos, aparelhos telefônicos, chips, radiocomunicadores, roupas táticas, coldres, bandoleiras, veículos, placas falsas, plotagem de carros, hospedagens e esconderijos.
A investigação durou 70 dias e contou com a participação da PF, Brigada Militar (BM) e Polícia Rodoviária Federal (PF). Ao todo, 17 pessoas foram indiciadas por participação no crime e dois suspeitos foram mortos em confronto com policiais no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Um dos mortos era Sílvio Wilton da Costa, conhecido como Bin Laden.
Ainda segundo a nota, 12 pessoas foram presas preventivamente e uma temporariamente. Além disso, 26 veículos foram apreendidos e 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Pelo menos 19 contas bancárias e quatro imóveis foram bloqueados.
Os crimes apontados pela PF que teriam sido cometidos pelos envolvidos podem chegar a condenações de 97 anos de prisão. Os 19 envolvidos teriam cometido latrocínio, falsificação de símbolo, explosão, falsificação de identidade, adulteração veicular, usurpação de função pública, posse de arma de uso restrito, lavagem de dinheiro, organização criminosa com arma de fogo e embaraço à investigação de organização criminosa. A Polícia Federal afirmou que quase todos os envolvidos já responderam por crimes.
A operação recebeu o nome de Elísios em homenagem ao policial Fabiano Oliveira, 2º Sargento da Brigada, 47 anos, morto no dia do assalto após ser atingido por um tiro de fuzil no tórax, que atravessou o colete de proteção balística. Campos Elísios é uma referência da mitologia grega do lugar onde os homens virtuosos repousam de forma digna após a morte.
Fonte : GZH
Foto : Bruno Todeschini / Agencia RBS