Duas policiais, vestidas como civis, localizaram o homem e chamaram reforços para efetuar a prisão preventiva
Uma ação para prender um homem que estava foragido ganhou contornos inusitados em Porto Alegre, na noite de quinta-feira (30). Após receber pistas sobre o paradeiro dele, policiais civis fizeram buscas na rodoviária da Capital e localizaram o indivíduo em uma lancheria, jantando. Em seguida, chamaram reforço e efetuaram a prisão. Conforme a investigação, ele era procurado por ter tentado matar a ex-namorada no último fim de semana, em Santa Rosa, no noroeste do Estado.
A Polícia Civil não divulgou o nome do indivíduo, mas GZH apurou que trata-se de Gustavo Protásio do Vale, 29 anos. Confira abaixo a manifestação da defesa do homem.
Conforme a Polícia Civil, após a tentativa de feminicídio no domingo (26), foi aberta investigação e concedido mandado de prisão contra o homem.
Em buscas ao indivíduo, as equipes descobriram que ele havia deixado Santa Rosa, onde morava, em um ônibus com destino a Porto Alegre, na noite de quarta-feira (29). Imagens de câmeras da rodoviária do município confirmaram a informação.
As equipes do Interior também descobriram endereços onde Vale poderia estar escondido na Capital, e um deles seria a rodoviária. Assim, no fim da tarde de quinta, policiais do Interior acionaram a 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Capital, pedindo para que checassem a pista.
Duas policiais da Capital, vestidas como civis, foram até a rodoviária e localizaram o homem em uma lancheria, jantando. Na sequência, chamaram reforços para efetuar a prisão preventiva.
— Informalmente, ele afirmou que era de Santa Rosa e que iria para lá em um ônibus que saía ainda naquela noite. Estava com passagem comprada para retornar ao município, sendo que saiu de lá dizendo para a ex-companheira que, se voltasse, iria matá-la. Acreditamos que ele tenha vindo para a Capital para despistar, fazer a polícia acreditar que ficaria aqui, mas o pegamos antes de ele conseguir voltar ao Interior. Por isso é importante agirmos sempre o mais rápido possível nesses casos. Se ele voltasse para lá, provavelmente iria atrás dela novamente — explica a delegada Cristiane Ramos, titular da 1ª Deam.
Segundo a policial, ele não reagiu à abordagem no momento da prisão.
Conforme a delegada Josiane Froehlich, à frente da Deam em Santa Rosa, as pistas sobre o possível paradeiro do homem foram obtidas graças a um “trabalho ininterrupto” por parte das equipes da Civil e Brigada Militar.
— Nós conseguimos o mandado de prisão ainda no domingo, horas após a tentativa de feminicídio. Quando soubemos que ele tinha ido para Porto Alegre, ouvimos testemunhas e fizemos diligências em diversos locais no município, conseguimos descobrir alguns endereços onde ele poderia estar na Capital. Acionamos os colegas, que prontamente deslocaram equipes para a rodoviária. Foi uma ajuda imediata que nos deixou muito felizes e agradecidos.
Conforme a investigação, o homem e a vítima, que moram em Santa Rosa, mantiveram breve relacionamento e estavam separados há cerca de três meses. O agressor, no entanto, não teria aceitado a decisão da namorada de encerrar o envolvimento.
A mulher já havia feito registro de ocorrência contra o ex, por ameaça, e solicitado Medida Protetiva de Urgência (MPU), ordem judicial que determina que o homem não se aproxime dela, que estava em vigor.
No entanto, na noite do último domingo (26), o homem invadiu a casa da ex afirmando que iria matá-la, segundo a polícia. Ele portava uma faca e teria desferido diversos golpes contra a mulher, sendo que um deles atingiu o tórax da vítima. A Brigada Militar foi acionada e ela foi conduzida ao hospital, onde recebeu atendimento. O homem fugiu do local.
Ao ser liberada, horas depois, a vítima foi à delegacia registrar o ataque. Segundo a polícia, o homem tem antecedentes por lesão corporal e ameaça, praticados contra suas irmãs.
A Defensoria Pública do Estado, que atende o homem, se manifestou por meio de nota.
“O suspeito foi atendido pela Defensoria Pública na audiência de custódia, no Nugesp, nesta sexta-feira (1º). Caso opte por seguir com a defesa da Defensoria Pública e não constitua advogado particular ao longo do inquérito, a instituição seguirá o trabalho de defesa criminal e irá se manifestar nos autos do processo”