Operação do MP prende suspeitos de fazer denúncias falsas contra policiais que investigavam crimes em Ronda Alta - Agora Já -

Operação do MP prende suspeitos de fazer denúncias falsas contra policiais que investigavam crimes em Ronda Alta



Facção ameaçava agentes que atuavam no combate ao tráfico. Gaeco ainda cumpre 29 mandados de busca e apreensão em Passo Fundo, Palmeira das Missões e Sarandi

Foto: Operação acontece em Ronda Alta, Passo Fundo, Palmeira das Missões e Sarandi. GAECO/MPRS / Divulgação
3 de dezembro de 2024

Ao menos 12 pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (3) na Operação Centauro, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.

A ação cumpre 14 mandados de prisão, sendo nove detentos que cumprem pena em três presídios do RS, e outros 29 de busca e apreensão em Ronda Alta, Passo Fundo, Palmeira das Missões e Sarandi, no norte gaúcho.

O alvo é uma organização criminosa apontada por cometer os seguintes crimes:

  • tráfico de drogas
  • porte e posse de armas de fogo
  • homicídios
  • denunciação caluniosa
  • lavagem de dinheiro.

Conforme o Gaeco, a facção usava pessoas vinculadas para fazer falsos comunicados de delitos e infrações disciplinares contra policiais militares de Ronda Alta, que atuavam na repressão dos criminosos.

Além dos crimes e da coação às autoridades policiais, os integrantes também ameaçavam os PMs e suas famílias com violência, apontou a investigação.

Ao todo, 32 pessoas foram investigadas, das quais 25 tiveram as contas bancárias bloqueadas, incluindo laranjas. Uma dessas contas movimentou R$ 1,9 milhão em apenas quatro meses em 2022 e 2023.

Dos 14 investigados com prisão decretada, nove estavam no sistema prisional e seguiam cometendo os crimes apurados na Operação Centauro.

Investigação começou após coação de policiais em Ronda Alta

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Ao todo, 32 pessoas foram investigadas, das quais 25 delas tiveram as contas bancárias bloqueadas.
GAECO/MPRS / Divulgação
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Dos 14 investigados com prisão decretada, nove estavam no sistema prisional.
GAECO/MPRS / Divulgação

A investigação teve início depois de pedidos de providências encaminhados ao Gaeco pela Corregedoria-Geral da Brigada Militar, que alertou sobre o fato de que PMs estavam sendo coagidos.

O objetivo, segundo o órgão, era prejudicar ações ostensivas, principalmente em pontos de tráfico da facção em Ronda Alta e região.

Pelo menos dois policiais foram coagidos com as falsas comunicações de delitos e infrações. Os atos levaram à instauração de processos disciplinares de atos que não ocorreram.

Em relação ao tráfico em si, a facção é vinculada a uma das maiores organizações criminosas do Estado, tem o comando dentro de presídios e se divide em vários núcleos. Um dos líderes é responsável por gerenciar diversos estabelecimentos comerciais usados como pontos de venda de entorpecentes.

Um dos núcleos do grupo criminoso seria responsável pela movimentação financeira, lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

Segundo o promotor Manoel Antunes, uma das práticas é a movimentação fragmentada de valores. Dessa forma, depois de passar por várias pessoas físicas ou jurídicas, o dinheiro chega à cúpula da facção.

— A prática de rotular quem atua no combate à criminalidade como abusivo, autoritário e praticante de atos ilegais é, ao mesmo tempo, estratégia para dissuasão e inibição do exercício da autoridade do Estado, e de defesa antecipada que tem por objetivo refrear a atuação dos agentes públicos que investigam crimes — disse o promotor, que coordena o 6º e 7º Núcleos Regionais do Gaeco.

A operação contou com os promotores Diego Pessi, Rogério Caldas e Maristela Schneider, além do apoio da Brigada Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

Fonte : GZH 
Foto : GAECO/MPRS / Divulgação
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O grupo cumpre 14 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão.
GAECO/MPRS / Divulgação
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Facção usava pessoas vinculadas para fazer falsos comunicados de delitos e infrações disciplinares contra policiais militares.
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