Fases mais prejudiciais são as de floração e enchimento de grãos, ainda distantes da etapa de plantio em Passo Fundo e região
A geada registrada durante o inverno não deve causar prejuízos ao trigo no norte do Rio Grande do Sul, aponta a Emater, que monitora a situação da cultura no Estado. Em Passo Fundo e nos 42 municípios do entorno, o grão tem se desenvolvido da forma esperada.
A expectativa para 2024 é que a área dedicada ao trigo no norte gaúcho alcance 115.800 hectares — uma redução de 16,5% na área plantada nos 42 municípios administrados pela regional no ano passado.
Da área plantada, 70% está na fase de afilamento, 20% em emborrachamento e 10% em desenvolvimento vegetativo. Nesse momento, os produtores realizam os manejos de adubação nitrogenada, por cobertura e tratamentos fitossanitários.
Ao todo, o Rio Grande do Sul deve produzir mais de 4 milhões de toneladas de trigo, o que representa um aumento de 55,27% em relação à safra frustrada de 2023.
Apesar do frio intenso e das oscilações no clima, o trigo tem se desenvolvido adequadamente, disse o gerente regional da Emater em Passo Fundo, Dartanhã Vecchi.
— A fase em que a cultura se encontra não está sendo afetada pelo frio. O momento onde há maior risco de prejuízos na cultura do trigo é a fase de floração e a fase de enchimento de grãos, o que não é o caso da região de Passo Fundo — explicou.
A situação é diferente das cidades da região de Frederico Westphalen, no extremo norte gaúcho. Lá, a ocorrência de geada mais intensa pode ter causado prejuízos nos locais onde o desenvolvimento do trigo está mais avançado.
— Ainda é precoce dizer o quanto cada região do Estado foi atingida — disse o gerente regional adjunto da regional de Frederico Westphalen, Cleomar Antônio de Bona, que faz levantamentos para verificar a possibilidade de danos nas plantações daqueles municípios.
Agora, a orientação é que os produtores fiquem atentos a doenças fúngicas, como o oídio e a ferrugem, e que monitorem pragas com atenção.
— Também recomendamos que os produtores sigam as orientações agronômicas, realizando os tratamentos fitossanitários de acordo com as fases de desenvolvimento em que a cultura se encontra — acrescentou Vecchi.
O gerente ressalta que o acompanhamento cuidadoso e o cumprimento das práticas recomendadas são essenciais para assegurar uma colheita bem-sucedida e minimizar riscos para a cultura do trigo na região.