Paola Rodrigues, 13 anos, foi morta a tiros em dezembro de 2023
Uma operação da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (20) cumpriu mais de 20 ordens judiciais na reserva indígena de Cacique Doble, no norte do RS. Oito pessoas foram presas, suspeitas de participação no assassinato de uma adolescente de 13 anos e da tentativa de homicídio de outros dois jovens, irmãos da vítima, em 4 de dezembro de 2023.
Os agentes cumpriram 13 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de prisão — 5 preventivas e 6 temporárias — na reserva indígena e na cidade de Cacique Doble. Até o momento oito pessoas foram presas.
A Operação Menés apura a autoria e circunstâncias da morte da adolescente indígena Paola Rodrigues, 13 anos, e a tentativa de homicídio dos irmãos dela, dois jovens indígenas de 15 e 23 anos. O crime ocorreu em de dezembro de 2023, e, segundo a polícia, foi motivado pela disputa da liderança da Terra Indígena. Na ocasião, homens armados invadiram a casa da família e alvejaram os irmãos.
Esta nova fase da operação também busca restabelecer a ordem na região, uma vez que, a onda de conflitos na reserva acontece desde agosto de 2022, quando quatro indígenas foram vítimas de tentativas de homicídio por disparos de armas de fogo. Durante a investigação da Polícia Federal, três membros da liderança da reserva foram presos preventivamente.
Segundo a PF, a partir de então, a partir de então, uma nova liderança se estabeleceu, composta por integrantes do grupo opositor, que não foi aceita pelos apoiadores do cacique anterior.
Paola Rodrigues, 13 anos, foi baleada na cabeça dentro da própria casa, em Cacique Doble, em 4 de dezembro do ano passado. Ela estava na residência com dois irmãos de 15 e 23 anos, quando foram surpreendidos por um grupo que entrou e baleou os três.
Os três foram socorridos e encaminhados para o hospital, mas Paola não resistiu. O crime foi motivado pela disputa pela liderança da reserva indígena Cacique Doble.
A disputa pelo poder motivou um conflito permanente na reserva, com uma série de crimes praticados pelos dois grupos rivais. Desde então foram três mortes em eventos diferentes, além de várias tentativas de homicídio, entre outros crimes como lesões corporais, danos, porte ilegal e disparos de armas de fogo, ameaças, incêndios criminosos e até mesmo formação de milícias privadas.
A tensão e a insegurança na reserva já fez com que as aulas e o posto de saúde da comunidade chegassem a ser fechados por um período no ano passado. A operação desta quarta-feira mobilizou 130 policiais federais e militares para o cumprimento das ordens judiciais.