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Menina é morta durante conflito indígena em Cacique Doble, diz polícia

Pelo menos outras duas pessoas teriam ficado feridas

Foto: Brigada Militar e Força Nacional fazem a segurança no local Rebecca Mistura / Agencia RBS

5 de dezembro de 2023

Uma menina morreu após ser baleada durante confronto entre dois grupos indígenas em Cacique Doble, no norte do Estado, nesta segunda-feira (4). Outras duas pessoas, uma adolescente de 15 e um jovem de 23 anos, também ficaram feridas.

Conforme o delegado responsável pelo caso, Iuri de Oliveira, não há mais detalhes até o momento, mas a morte foi confirmada. A menina teria sido baleada na cabeça quando estava dentro da própria casa. Ela foi identificada como Paola Rodrigues, 13 anos.

Segundo um familiar da vítima, Paola estava na residência com dois irmãos quando foram surpreendidos por um grupo que entrou e baleou os três. Eles foram socorridos e encaminhados para o hospital, mas Paola não resistiu. Os irmãos foram transferidos para o Hospital São José, em São José do Ouro e o estado de saúde deles é estável.

Na manhã dessa terça-feira (5), nossa equipe tentou entrar na reserva, mas não foi autorizada. Na entrada, um grupo de indígenas protestava e pedia por justiça. A Força Nacional, Brigada Militar e Polícia Federal estão no local para controlar o conflito. Até o momento, ninguém foi preso. A PF faz o levantamento do local e ouve testemunhas do crime.

O velório deve acontecer na tarde dessa terça-feira.

A suspeita é de que o crime tenha relação com disputa pela liderança da reserva indígena Cacique Doble. Na madrugada do último sábado (2), pelo menos 13 casas foram incendiadas durante um confronto indígena no município, que também teve registro de troca de tiros, com feridos, de acordo com a Brigada Militar de Lagoa Vermelha.

Em 23 de novembro, ao menos cinco pessoas ficaram feridas durante briga e confronto com arma de fogo.

Os conflitos têm ocorrido por conta de uma disputa política na terra indígena de Cacique Doble. No fim de outubro, três pessoas foram presas em uma operação da Polícia Federal que buscou restabelecer a ordem e apurar crimes cometidos em meio à disputa de dois grupos pela liderança do local. Em 1º de novembro, um novo líder foi eleito. A decisão aconteceu depois que o antigo cacique, Leonardo Manoel Antonio, foi preso em uma operação policial.