Instituto Nacional de Meteorologia prevê ventos de até 110km/h e volume de chuva superior a 100mm em diferentes regiões do estado. Saiba como deve ser o comportamento do fenômeno.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) confirmou, na tarde de terça-feira (11), a formação de um novo ciclone (saiba mais abaixo) sobre o território do Rio Grande do Sul a partir da manhã desta quarta (12), fenômeno que causou a queda de granizo em cidades da Região Central e Metropolitana de Porto Alegre.
Em Dilermando de Aguiar, no Centro do estado, as pedras de gelo chegaram a se acumular tamanha a intensidade do fenômeno Apesar disso, a Defesa Civil municipal não divulgou se houve prejuízos causado pelo granizo.
Já em Sobradinho, também na Região Central do RS, a intensidade da queda de granizo foi menor, mas os prejuízos foram maiores. Conforme a Defesa Civil municipal, cerca de 2 mil imóveis sofreram danos. Por essa razão, houve distribuição de 24 mil metros de lona, material que é usado para amenizar danos causados nos telhados de imóveis. Além disso, como medida de segurança, todas as escolas municipais tiveram as aulas suspensas.
Em Vera Cruz, cidade distante 161 km de Porto Alegre, também houve queda de granizo. Assim como em Sobradinho, a chuva de pedras de gelo foi forte e causou estragos: 2,1 mil imóveis sofreram algum tipo de estrago. Para ajudar as famílias, a prefeitura afirma que distribuiu 20 mil metros de lonas.
De acordo com a meteorologista Márcia Seabra, o fenômeno começará na Região Central do estado e se deslocará em direção ao leste, com maiores impactos sobre a Região Metropolitana de Porto Alegre e a Serra do RS, áreas onde estão previstos ventos de até 110km/h e volume de chuva superior a 100mm em alguns pontos.
O Inmet e a Defesa Civil Nacional detalharam a trajetória do fenômeno. O deslocamento do ciclone deverá atingir o Leste do Rio Grande do Sul entre a tarde e a noite. Ao contrário do ciclone extratropical que atingiu o estado em junho, o Litoral Sul também será atingido por fortes rajadas de vento.
“Esses ventos serão tão fortes quanto aqueles (de junho). O que a gente tem de diferente é que na área desse aqui teremos ainda mais cidades atingidas. A área é maior, tanto é que ele vai se deslocar e as rajadas vão chegar até mesmo a Santa Catarina, Paraná e outros estados”, comentou Seabra.
Desta quarta para quinta-feira (13), o vento começará a se deslocar para o Oceano Atlântico e Santa Catarina e, em outros estados, o vento perderá intensidade. Até sábado (15), as rajadas atingirão até mesmo o Rio de Janeiro, embora com muito menos força.
De acordo com a meteorologista Márcia Seabra, além das fortes rajadas de vento, há previsão de muita chuva para o Rio Grande do Sul entre quarta e quinta, ultrapassando os 100 mm em alguns pontos. O Inmet está com especial atenção para a Região Metropolitana de Porto Alegre, é para esta região que estão previstos os maiores volumes de chuva e os mais fortes ventos, de até 110 km/h.
Em Porto Alegre, a precipitação média para julho segundo a série histórica é de 163 mm, mas a previsão é de que a Região Metropolitana tenha um volume de chuva superior a 100 mm apenas entre quarta e quinta. Até o momento, choveu 46 mm na Capital neste mês de julho.
Além disso, há pouca chance de incidência de granizo sobre o Rio Grande do Sul, mas não está descartado que o fenômeno também ocorra, especialmente na quarta.
Ao longo da quinta, o ciclone se deslocará para Santa Catarina e o Oceano Atlântico. No estado vizinho, fortes ventos deverão atingir a Serra e o Litoral Sul.
Uma massa de ar frio chega na sexta (14) ao Rio Grande do Sul, com previsão de geada para vários pontos do estado. A temperatura vai se aproximar dos 0ºC em diversas regiões do estado.
Entre quinta e sexta, a meteorologista também não descartou a possibilidade de neve nos pontos mais altos da Serra.
No Oceano Atlântico, a Marinha do Brasil já também alertou os navegantes: há previsão de fortes ressacas até sábado do Chuí até o norte do litoral do Rio de Janeiro. Ondas podem alcançar até 4,5 metros de altura e a orientação é de não navegar, se possível.
O alerta atual emitido pelo Inmet é o de cor laranja, o segundo pior da escala. O alerta máximo é o vermelho e, de acordo com a meteorologista Márcia, ele deverá ser emitido na manhã de quarta pois, neste momento, será possível apontar com maior precisão quais as regiões com maior força.
Conforme Tiago Schnorr, coordenador-geral de gerenciamento de riscos da Defesa Civil Nacional, é preciso estar mais atento a áreas de encosta, com a possibilidade de deslizamentos, e a áreas localizadas próximo a rios, pelo risco de inundação.
A Defesa Civil pediu à população que envie seu CEP de residência por mensagem SMS para o 40199. Assim, moradores receberão automaticamente avisos atualizados quanto à situação de seu local de residência.
Schnorr reforçou a importância de dar preferência a cômodos de alvenaria e não de madeira sempre que possível. Em rodovias, a população deve evitar trafegar com veículos leves e caminhões-baú, especialmente em rodovias, pois são mais suscetíveis a acidentes em situações de eventos climáticos adversos.