Suspeita de provocar envenenamentos com arsênio permanece em silêncio em novo depoimento - Agora Já -

Suspeita de provocar envenenamentos com arsênio permanece em silêncio em novo depoimento



Deise Moura dos Anjos foi levada à delegacia de Torres, que investiga as mortes de três mulheres que comeram bolo envenenado com arsênio na antevéspera de Natal do ano passado. Polícia espera concluir inquérito ainda em fevereiro

Foto: Deise foi levada em uma viatura da Polícia Civil, que a buscou na Penitenciária Estadual Feminina de Torres. Vitor Rosa / Agência RBS
4 de fevereiro de 2025

A suspeita de causar a morte de quatro pessoas da família com arsênio prestou depoimento nesta terça-feira (4) na delegacia de polícia de Torres, no Litoral Norte. Deise Moura dos Anjos exerceu o direito constitucional de permanecer em silêncio e não respondeu aos questionamentos do delegado Marcos Vinícius Veloso.

Ela chegou na delegacia às 13h52min, em uma viatura da Polícia Civil que a buscou na Penitenciária Estadual Feminina de Torres. Às 14h12min, ela voltou algemada para o porta-malas do veículo que teve como destino à cadeia, em um deslocamento de sete minutos.

Do lado de fora da delegacia, enquanto gravava uma matéria, a reportagem flagrou com exclusividade a chegada e saída de Deise.

O advogado dela, Cassyus Pontes, acompanhou o depoimento. A reportagem entrou em contato com ele, mas não obteve retorno até a mais recente atualização desta matéria.

O inquérito policial que apura a suspeita de envenenamento do bolo consumido pela família na antevéspera de Natal está na etapa final, segundo a polícia, que considera que não tem mais outras provas ou depoimentos pra fazer.

A polícia pretende finalizar a investigação sobre o bolo envenenado ainda no mês de fevereiro.

Outros dois inquéritos serão abertos e devem usar provas deste caso:

  • Um pela delegacia de polícia de Arroio do Sal, para investigar a morte do sogro de Deise, Paulo dos Anjos, e o envenenamento da esposa dele, Zeli dos Anjos, em setembro de 2024;
  • E outro, pela delegacia de Nova Santa Rita, para apurar a tentativa de homicídio do marido e do filho de Deise, em novembro de 2024, após tomarem um suco de manga envenenado.

Além disso, a polícia avalia a abertura de inquérito para investigar a venda de veneno pela internet e outro para apurar a morte do pai da suspeita, ocorrida em 2020, supostamente por cirrose.

Relembre o caso

De acordo com a Polícia Civil, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa, durante um café da tarde na antevéspera do Natal de 2024, quando seis começaram a passar mal após consumirem pedaços de um bolo. Um deles não ingeriu o doce. Zeli dos Anjos, que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.

Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital. Neuza Denize Silva dos Anjos teve como causa da morte divulgada “choque pós-intoxicação alimentar”.

A mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, recebeu alta do hospital na sexta-feira (10). Segundo o delegado Marcos Vinícius Veloso, ela foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. Uma criança de 10 anos, que também comeu o bolo, foi liberada na semana anterior.

Perícia confirmou a presença de arsênio na farinha usada para fazer o bolo. Segundo a Polícia Civil, Deise teria colocado o veneno no ingrediente pois tinha desavenças com a sogra. Ela foi presa preventivamente no dia 5 de janeiro, inicialmente por 30 dias. O período foi prorrogado por mais um mês.

Depois das mortes, a polícia pediu a exumação do corpo do marido de Zeli, Paulo, morto em fevereiro por intoxicação alimentar. Foi constatada a presença de arsênio no corpo.

E, em depoimento à Polícia Civil, o marido de Deise afirmou ter passado mal após tomar um suco preparado pela esposa, juntamente com o filho do casal. A Polícia também deve apurar esse caso.

Fonte : GZH 
Foto : Vitor Rosa / Agência RBS

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