Confusão envolvendo disputa por vaga de estacionamento foi registrada em vídeos no mês de setembro
Três homens, incluindo dois policiais militares, foram indiciados por lesão corporal após uma briga de trânsito no dia 11 de setembro em Lagoa Vermelha, norte do Estado.
A confusão, registrada em vídeos por testemunhas, foi na Avenida Afonso Pena, centro da cidade, e motivada pela disputa por uma vaga de estacionamento.
Segundo relato da esposa de um dos envolvidos, Tainara da Silva Padilha, 31 anos, a briga começou quando seu marido, ao tentar estacionar em frente a uma loja, foi impedido por outro condutor que teria ocupado o espaço. Eles começaram a discutir e a confusão escalou rapidamente para uma briga com agressões físicas no meio da rua.
Em um dos vídeos que circulou nas redes sociais é possível ver o momento em que um policial militar que estava de folga utiliza o cassetete para agredir o civil com quem discutia. Outro registro exibe o civil chutando a cabeça do policial de folga durante a briga.
Segundo o comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO) Nordeste, coronel Luiz Fernando Becker, um inquérito policial militar (IPM) foi aberto após o fato para apurar a conduta dos agentes envolvidos. Concluída a investigação, os dois policiais foram indiciados por lesão corporal.
Conforme a delegada de Lagoa Vermelha, Alexandra Ferreira, a Polícia Civil emitiu um termo circunstanciado, que foi remetido à Justiça sobre a conduta do motorista, já que a dos militares, ainda que um deles estivesse de folga, estava sob apuração da Brigada Militar. Ele também foi indiciado por lesão corporal.
O policial que estava de folga, o colega que permitiu o uso do cassetete e o civil que agrediu o militar estão sob análise da Justiça. O inquérito seguirá para a Justiça Militar, que encaminhará a parte referente ao civil para a Justiça comum.
As penalidades para os envolvidos dependem do julgamento em ambas as esferas judiciais.
A defesa dos agentes da Brigada Militar disse à reportagem que “a análise da integralidade das imagens das câmeras de videomonitoramento, anexadas no procedimento investigativo, possibilitaram a reconstrução da integralidade dos fatos, evidenciando a iniciativa de violência praticada pela suposta vítima”. Leia a nota na íntegra:
“A defesa técnica esclarece que está acompanhando as investigações realizadas pelas autoridades competentes.
A análise da integralidade das imagens das câmeras de videomonitoramento, anexadas no procedimento investigativo, possibilitaram a reconstrução da integralidade dos fatos, evidenciando a iniciativa de violência praticada pela suposta vítima, as agressões sofridas pelo policial em horário de folga e a atuação legal da guarnição de serviço da Brigada Militar durante o atendimento da ocorrência.
O caso evidencia mais uma articulação das Organizações Criminosas para dissuasão e inibição do exercício da autoridade do Estado, através de atos violentos contra os agentes de segurança pública.
Por fim, informa que o Inquérito Policial Militar ainda não foi finalizado, o que impossibilita comentários sobre a solução, reiterando a confiança nas autoridades, que estão conduzindo as investigações de forma técnica e imparcial, apurando os fatos em sua integralidade.
Advogados Ricardo de Oliveira de Almeida (OAB/RS 104.666), Fernanda Silva Martins (OAB/RS 127.006) e José Paulo Schneider (OAB/RS 102.244)”.
A reportagem solicitou uma posição à defesa do motorista envolvido na briga, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.