Policiais e motorista são indiciados por briga de trânsito em Lagoa Vermelha - Agora Já -

Policiais e motorista são indiciados por briga de trânsito em Lagoa Vermelha



Confusão envolvendo disputa por vaga de estacionamento foi registrada em vídeos no mês de setembro

Foto: Briga foi registrada em vídeos de testemunhas. Arquivo Pessoal / Reprodução
7 de dezembro de 2024

Três homens, incluindo dois policiais militares, foram indiciados por lesão corporal após uma briga de trânsito no dia 11 de setembro em Lagoa Vermelha, norte do Estado.

A confusão, registrada em vídeos por testemunhas, foi na Avenida Afonso Pena, centro da cidade, e motivada pela disputa por uma vaga de estacionamento.

Segundo relato da esposa de um dos envolvidos, Tainara da Silva Padilha, 31 anos, a briga começou quando seu marido, ao tentar estacionar em frente a uma loja, foi impedido por outro condutor que teria ocupado o espaço. Eles começaram a discutir e a confusão escalou rapidamente para uma briga com agressões físicas no meio da rua.

Em um dos vídeos que circulou nas redes sociais é possível ver o momento em que um policial militar que estava de folga utiliza o cassetete para agredir o civil com quem discutia. Outro registro exibe o civil chutando a cabeça do policial de folga durante a briga.

Segundo o comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO) Nordeste, coronel Luiz Fernando Becker, um inquérito policial militar (IPM) foi aberto após o fato para apurar a conduta dos agentes envolvidos. Concluída a investigação, os dois policiais foram indiciados por lesão corporal.

Conforme a delegada de Lagoa Vermelha, Alexandra Ferreira, a Polícia Civil emitiu um termo circunstanciado, que foi remetido à Justiça sobre a conduta do motorista, já que a dos militares, ainda que um deles estivesse de folga, estava sob apuração da Brigada Militar. Ele também foi indiciado por lesão corporal.

O policial que estava de folga, o colega que permitiu o uso do cassetete e o civil que agrediu o militar estão sob análise da Justiça. O inquérito seguirá para a Justiça Militar, que encaminhará a parte referente ao civil para a Justiça comum.

As penalidades para os envolvidos dependem do julgamento em ambas as esferas judiciais.

Contraponto

A defesa dos agentes da Brigada Militar disse à reportagem que “a análise da integralidade das imagens das câmeras de videomonitoramento, anexadas no procedimento investigativo, possibilitaram a reconstrução da integralidade dos fatos, evidenciando a iniciativa de violência praticada pela suposta vítima”. Leia a nota na íntegra:

“A defesa técnica esclarece que está acompanhando as investigações realizadas pelas autoridades competentes.

A análise da integralidade das imagens das câmeras de videomonitoramento, anexadas no procedimento investigativo, possibilitaram a reconstrução da integralidade dos fatos, evidenciando a iniciativa de violência praticada pela suposta vítima, as agressões sofridas pelo policial em horário de folga e a atuação legal da guarnição de serviço da Brigada Militar durante o atendimento da ocorrência.

O caso evidencia mais uma articulação das Organizações Criminosas para dissuasão e inibição do exercício da autoridade do Estado, através de atos violentos contra os agentes de segurança pública.

Por fim, informa que o Inquérito Policial Militar ainda não foi finalizado, o que impossibilita comentários sobre a solução, reiterando a confiança nas autoridades, que estão conduzindo as investigações de forma técnica e imparcial, apurando os fatos em sua integralidade.

Advogados Ricardo de Oliveira de Almeida (OAB/RS 104.666), Fernanda Silva Martins (OAB/RS 127.006) e José Paulo Schneider (OAB/RS 102.244)”.

A reportagem solicitou uma posição à defesa do motorista envolvido na briga, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.

Fonte : GZH 
Foto : Arquivo Pessoal / Reprodução

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