Polícia Civil gaúcha faz ação em São Paulo e Sergipe contra golpe do falso investimento; influencers são investigadas - Agora Já -

Polícia Civil gaúcha faz ação em São Paulo e Sergipe contra golpe do falso investimento; influencers são investigadas



Trabalho policial iniciou após uma vítima, de Canoas, entregar R$ 40 mil aos criminosos. Apuração identificou ao menos outras duas vítimas que entregaram R$ 400 mil e R$ 100 mil cada uma

Foto: Operação contou com apoio da Polícia Civil de Sergipe. Polícia Civil / Divulgação
5 de dezembro de 2024

A investigação de um esquema envolvendo o chamado “golpe do investimento” levou a Polícia Civil de Canoas a descobrir um grupo criminoso, que teria ramificações no Rio Grande do Sul e em outros Estados, como São Paulo e Sergipe. Na manhã desta quinta-feira (5), são cumpridos mandados de busca contra suspeitos de participação nos crimes. Duas influenciadores digitais – que teriam recebido dinheiro dos golpistas – estão entre as pessoas investigadas.

Em janeiro deste ano, uma moradora de Canoas foi alvo dos golpistas. A vítima foi convencida a entregar R$ 40 mil aos estelionatários. Ao longo da investigação, a polícia descobriu outras duas vítimas ludibriadas. Uma delas, do Paraná, que perdeu R$ 400 mil e outra do Mato Grosso, que entregou R$ 100 mil ao grupo criminoso.

A investigação conseguiu apontar que o dinheiro retirado da vítima de Canoas inicialmente foi enviado a um morador de Passo Fundo, no norte gaúcho, e, dali, encaminhado a outro membro do grupo em Aracaju, no Sergipe.

— Essa pessoa recebe todos os valores, encaminha para o Sergipe. Este do Sergipe recebe o dinheiro, vindo de todo o país. Ele é um tipo de gestor, um intermediador de criptomoedas. Parte desse valor é encaminhado para influenciadores digitais — explica a delegada Luciane Bertoletti, da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas.

As influenciadoras

A investigação identificou que parte do dinheiro do grupo criminoso era repassado para uma empresa de publicidade, em nome de uma influenciadora digital de São Paulo. Segundo a polícia, as influenciadoras, em suas páginas na internet, promovem especialmente propagandas de jogos ilegais, como o jogo do tigrinho e jogo da tarefa.

Conforme a investigação, as duas influenciadores ostentam uma vida de alto padrão nas redes sociais, com aquisição de veículos avaliados em cerca de R$ 1 milhão.

— Elas ostentam dinheiro. Costumam sair nas ruas, e fazer gincanas, de forma aleatória, e pagam até R$ 20 mil a quem conseguir cumprir as tarefas. Amassam notas e usam como se fosse um dado, em jogos — detalha a delegada.

Polícia Civil / Divulgação
Polícia investiga possível crime de lavagem de dinheiro. Polícia Civil / Divulgação

Mandados de busca foram cumpridos pela polícia nesta quinta-feira. As influenciadoras teriam recebido em torno de R$ 200 mil do grupo. Outros influenciadores que obtiveram dinheiro das vítimas também estão sendo investigados. A polícia ainda tenta compreender qual o papel deles no esquema.

A investigação também aponta para possível crime de lavagem de dinheiro, com movimentações de altas somas nas contas dos investigados. Uma das suspeitas é de que esses valores, segundo apurado, tenham sido misturados com outros valores faturados pelas empresas das influenciadores. Com a mescla do capital e a ocultação dos ativos provenientes de infrações penais, os investigados lavariam o dinheiro ilícito.

O golpe

No caso registrado em Canoas, a vítima procurou a Polícia Civil e relatou que, enquanto caminhava no centro da cidade, foi abordada por um homem, que lhe pediu informações sobre o endereço de um escritório de investimentos. Após a vítima afirmar que não conhecia o local e tampouco o dono do escritório, o golpista passou a conversar e lhe contar que seu pai havia falecido e que tinha deixado investimentos para saque naquele local.

Polícia Civil / Divulgação
Porsche foi apreendido em São Paulo .Polícia Civil / Divulgação

No mesmo instante, um outro golpista se aproximou da dupla e o primeiro suspeito lhe questionou sobre o tal endereço. Esse segundo criminoso verificou em seu celular e informou o endereço e o telefone do local. O primeiro golpista, então, ligou, tendo sido atendido por uma suposta secretária que informou que realmente existiam valores a receber. Contudo, para o levantamento da quantia de R$ 2 milhões seria necessária a presença de duas testemunhas.

A vítima, então, foi até o suposto escritório com os golpistas. Ao chegar no local, ela foi ludibriada pelo grupo, que a orientou a transferir R$ 40 mil, como forma de garantia do saque do investimento ao golpista.

Fonte : GZH 
Foto : Polícia Civil / Divulgação

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