Zagueiro acredita ter menos espaço por atuar no sul do Brasil
O Inter que sonha com o título do Brasileirão irá ao Maracanã no domingo, às 16h, com a defesa como trunfo. Segundo time menos vazado na competição, com só 29 gols sofridos em 35 partidas, o Colorado tem no zagueiro Vitão um pilar do sistema defensivo.
O atleta de 24 anos terá diante dos cariocas um jogo decisivo na disputa pelo sonhado tetra nacional e que também pode servir como vitrine para mostrar ao país que deve ser um jogador de Seleção Brasileira.
O confronto com caráter de decisão para o Inter no tradicional horário das 16h de domingo em um palco como o Maracanã pode ser a virada de chave para Vitão. Recentemente, o zagueiro disse ver injustiça para quem atua no sul para convocações.
— Nós que jogamos no sul precisamos fazer o dobro para ter reconhecimento. O Alan Patrick, por exemplo, se estivesse no eixo, vocês sabem que ele estaria na Seleção. Está merecendo faz muito tempo, é o nosso protagonista. Se tivesse acontecido minha ida para Europa, acho que estaria no radar. Sou um zagueiro novo, passei por todas as seleções de base — respondeu.
A quase ida para a Europa citada por Vitão foi no pior momento do Inter na temporada. Na turbulência que ocasionou a demissão de Eduardo Coudet e a chegada de Roger Machado, com o time acumulando 12 jogos sem vitória, o zagueiro esteve com um pé na Espanha. Ele chegou a deixar Porto Alegre para ir se apresentar ao Betis antes que a negociação fosse desfeita. Retornou e ficou no banco antes de voltar a sua condição de titular.
Desde que Vitão retomou um lugar na zaga, o Inter não perdeu. O camisa 44 foi titular em 14 dos 16 jogos de invencibilidade da equipe na temporada. Com Vitão em campo ao longo da competição, o Colorado sofreu só três derrotas. Em nove das 25 partidas (36%) com ele como titular, a equipe terminou sem ser vazada.
— O Vitão é fundamental pela forma como o Inter marca. É um time que marca quase sempre com as linhas altas. Ele é rápido em linha reta e muda de direção em velocidade, tem a mudança de direção boa. Isso passa segurança para que as costas da defesa possam ser bem protegidas. Ele pode cobrir o Rogel e o Bernabei nesses passes em velocidade. Essa velocidade e agilidade são as principais características dele — observa o analista tático e comentarista do SporTV Rodrigo Coutinho.
Ao longo do Brasileirão, Vitão teve seis parceiros de zaga diferentes. Dois já não estão mais no Beira-Rio, Igor Gomes e Robert Renan, negociados. Fernando foi o companheiro na arrancada, mas voltou a atuar apenas como volante com Roger Machado.
A dupla que se afirmou com o novo treinador teve Vitão e Mercado. A grave lesão sofrida pelo argentino, porém, fez com que Clayton Sampaio e Rogel, reforços da janela do meio do ano, passassem a se alternar. Como ambos jogam pela direita, Vitão precisou mudar de lado.
— Fiz minha base toda no lado esquerdo e creio que estou indo bem. Fiquei um tempo sem jogar por ali, mas voltei a me adaptar — reconheceu.
Depois do período de readaptação ao setor esquerdo, Vitão teve atuações destacadas. Na cotação de Zero Hora, o defensor tem média 7 nas notas das últimas cinco partidas.
É nesse bom momento e afirmado como um zagueiro do lado esquerdo que Vitão pisará no gramado do Maracanã em busca de mais uma partida segura e para mostrar a Dorival Jr. que também pode ser um jogador de Seleção Brasileira.